Nolan conseguiu, ele fez denovo! Aliás, fez melhor!

Apesar de ser um fã de adaptações sejam elas de livros ou quadrinhos, continuações e remakes, eu sempre ficava meio que com a pulga atrás da orelha quando as assistia por serem (obviamente) previsíveis. Não só elas, mas a safra 2000-2010 em geral de blockbusters eram todas muito evidentes e simples, Apesar de terem histórias interessantes, efeitos visualmente deslumbrantes e etc, por muitas vezes eu ficava frustrado e me pegava pensando: Será que esses diretores e produtores acham que o público não é inteligente o suficente pra entender uma história mais complexa? Ou será que um conto pífio cheio de efeitos vende mais?


Tentei ao máximo não criar espectativas com A Origem, até por que não sabia do que se tratava. Vi os trailers, posteres, e acompanhei de perto as novidades publicadadas e todo o hype da estréia, mas isso de nada serviu, pois foi praticamente impossível parar de roer as unhas durante os minutos que precediam o começo do filme. Também pudera, um roteiro que vem sendo desenvoldido à 10 anos, um trailer com o visual que matava a pau qualquer outra coisa que tenha visto nos últimos meses, deixaria qualquer um maluco de ansiedade. Pois bem, fui ao cinema e lá me tornei uma testemunha ocular da obra prima que Christopher Nolan nos brindou em 2010.

Fazia muito tempo que não me sentia assim vendo algo, e mais que isso, era muito interessante ver no cinema as pessoas cochichando com alguém do lado, tentando sacar a história, mas sem tirar os olhos da telona, e o isso logo no começo. Não preciso nem falar do final, não é, quando todos riam, olhavam uns para os outros e equanto se espreguiçavam entoavam os mais diversos adjetivos elogiando a obra prima do diretor e felizes pelo que viram, e acredito que assim como eu, felizes, por se deparar com uma trama sem muitas explicações, onde a idéia é introduzida logo de cara. Não importava como faziam, mas sim o que viria dali pra frente, jogando tudo à deriva e deixando a cargo da inteligência do espectador entender o que acontecera e o que iria acontecer com a trupe de Dom Cobb (Leonardo DiCaprio).

É um filme inteligente que Nolan soube dosar com maestria. Maestria essa que confiou na inteligência do espectador, não se prendeu em dar detalhes de como faziam para adentrar aos sonhos, sem se prender em explicações babacas e sem deixar o espectador perdido e/ou entediado nos diversos níveis das realidades apresentadas neste que é sem dúvida um dos filmes mais espetaculares da história e que assim como em Matrix, me fez pensar: e se tudo ao meu redor, for um sonho? ou um Simulacro?

Don Cobb (Leonardo DiCaprio), é um ladrão profissional especializado em subtrair segredos industriais diretamente do subconsciente das suas vítimas, por meio dos sonhos. Cobb e seu parceiro, Arthur (Joseph Gordon-Levitt), são contratados pelo misterioso Saito (Ken Watanabe) para realizar um serviço diferente do que estão habituados e, teoricamente, quase impossível: inserir uma ideia no subconsciente do bilionário Robert Fischer (Cillian Murphy). Trabalhando com uma equipe bem eclética, que conta ainda com a arquiteta Ariadne (Ellen Page), o químico Yusef (Dileep Rao) e o “falsificador” Eames (Tom Hardy), Cobb esconde de seus companheiros um segredo potencialmente letal, algo que remete a uma tragédia envolvendo sua esposa, Mal (Marion Cotillard).

Ahhh, Ariadne. Ellen Page tem algo que me encanta e a sua interpretação nos ápices do decorrer do filme é única. Aliás, todos os atores estão sem dúvida em suas melhores fases e nos papeis de suas vidas. Eu não botava muita fé no Di Caprio até ver A Ilha do medo, mas ali ele me surpreendeu (ele, não o filme, que fique bem claro). O cara subiu no meu conceito absurdamente, mas agora, está entre algumas das melhores interpretações que já vi.

O visual mata a pau e os efeitos são de deixar qualquer um maluco, mas eles de certa forma se tornam coadjuvantes em meio ao o roteiro coeso e à interpretações únicas. As cenas em câmera lenta e de gravidade zero que o digam, isso sem falar na cidade se dobrando e desdobrando logo no início quando Cobb explica a expertise na manipulação dos sonhos durante a inserção para Ariadne.


A complexidade da trama que prende o spectador de uma forma visceral, os efeitos, o labirinto que se desenvolve de forma fabulosa durante os cortes que costuravam a história, o desespero do personagem de Leonardo Di Caprio e a trilha sonora de Hans Zimmer (O Rei Leão, Gladiador, Piratas do Caribe) aliados ao fato de Nolan conseguir criar um filme que saiba dosar a sutil diferença entre percepação e realidade elevam o status de A Origem ao filme do Ano, desbancando pra mim, Toy Story e o colocando entre um dos melhores que já vi.

Batman - O cavaleiro das Trevas foi de um patamar que eu pensava ser inalcansável até ver A Origem e isso me deixou muito feliz. Saber que ainda há histórias únicas para serem contadas e diretores únicos, como Nolan, que me fazem aqui deixar o meu muito obrigado pela maravilha que contemplei e mais que isso, me faz ter esperanças de que muitos outros diretores de holywood adimitam a mediocridade, intransigência ou ignorância de suas obras anteriores, deixem de produzir filmes "mérdios" e passem a acreditar no público.


( * ) Desculpem a demora =D

1 Comentários:

Eu querooooooo assessteeeeee.....!!!

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