Eu sei que é meio tarde para esta homenagem, pois o aniversário de vinte anos da morte do Raul Seixas foi dia 21 de Agosto. Mas, eu não tinha como não postar algo pro Maluco Beleza. Como digo sempre para os meus amigos, Raulzito tem uma música para cada momento da minha vida. E para este post me recordei de um texto sobre mensagens subliminares para a matéria de Filosofia (qual mais seria?) do segundo ano da faculdade em 2006. Segue texto editado para o blog (puts! eu bebia demais nessa época!)

O cantor e compositor baiano Raul Seixas, em sua carreira gravou um repertório de mais de duzentas músicas. Na maior parte de suas letras Raul usou o artifício do duplo sentido. No período da ditadura, varias de suas canções foram censuradas por exaltarem ideais de liberdade, ocultismo, críticas religiosas e ao governo autocrático, assim como aranhas.

A letra selecionada para a análise foi a música “Sapato 36”. Nesta canção, Raul como em inúmeras outras letras, narra um fato pessoal. Vindo de uma família de classe média alta, sua mãe queria que ele fosse Presidente da República e seu pai, que ocupasse o seu lugar como executivo numa Companhia de Construção de Ferrovias. Mas, Raul queria ser roqueiro e enfrentar todo o tipo de repressão da época.

A letra é trabalhada com uma analogia, do que era imposto ao autor pelos seus pais, mas se encaixa perfeitamente às normas e preceitos impostos pela sociedade ao indivíduo. Na primeira estrofe o “Sapato apertado” que seu pai lhe dava, na realidade seria o futuro que os pais traçam para os filhos, julgando ser o melhor para eles. E os filhos, por sua vez aceitam discordando.

Na segunda e na quarta estrofe, refrão, Rauzito desabafa claramente sua indignação à repressão que lhe é imposta. Propõe uma igualdade de idéias, dizendo que só haveria um entendimento se ambas as partes compreendessem e respeitassem suas vontades distintas.

Na terceira estrofe, o filho desafia o pai, argumentando que pode traçar seu próprio destino sozinho “...Eu vou escolher meu sapato, Que não vai mais me apertar...”. Na ultima estrofe, consciente de suas vontades, percebe que seu futuro só se realizaria de sua maneira, longe de casa. Despede-se do pai sem rancor “... Eu quero partir sem brigar...”, com o pensamento de que só o tempo iria trazer entendimento aos seus pais.

1 Comentários:

parabéns pelo post amor...show de bola! adorei...\o/

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails